Professor Carlos Rafael Dias |
O Professor e Historiador Carlos Rafael Dias proferiu uma magnifica aula em plenária do Rotary Club de Crato, sobre a Independência do Brasil, ao final o Rotary outorgou o Certificado de Honra ao Mérito ao Historiador e Palestrante. Carlos Rafael Dias, nasceu em Crato, Ceará, no ano 1966, é professor do Curso de História da Universidade Regional do Cariri - URCA. Graduado e Licenciado em História pela URCA, com especialização em História do Brasil pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, mestrado em História Cultural pela Universidade Federal de Campina Grande, e atualmente cursa doutorado pelo programa de pós-graduação da Universidade Federal Fluminense. Foi membro do Rotary Clube de 2001 a 2012, foi presidente do clube no período 2006-2007. Atualmente afastado do clube para concluir seu doutorado.
Na mesma plenária o Rotariano Audir de Araújo Paiva pronunciou importante informação rotária sob o tema Instrução e Informação Rotária.
Texto com integra do tema da palestra sobre a Independência do Brasil.
Na mesma plenária o Rotariano Audir de Araújo Paiva pronunciou importante informação rotária sob o tema Instrução e Informação Rotária.
Texto com integra do tema da palestra sobre a Independência do Brasil.
"A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Comemorações
históricas são momentos privilegiados para retomar discussões que o tempo
acabou deixando cair no esquecimento e também lançar novas questões sobre a
história do nosso país[1]
Devemos pensar a Independência enquanto processo que
teve início antes do marco do Dia 7 d Setembro de 1822, o famoso “Grito do
Ipiranga” e que ainda não se completou.
Neste
sentido, de grande importância é considerarmos os chamados antecedentes
históricos do ato protagonizado por D. Pedro, notadamente as revoluções
coloniais contra a dominação portuguesa, a exemplo da inconfidência Mineira
(1789), a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817).
No plano externo, deve-se destacar o movimento
Iluminista francês e um dos seus principais corolários, a expansão da Revolução
Francesa, que resultou, com as guerras napoleônicas, na transferência da Corte
Portuguesa e sua permanência no Brasil por treze anos (1808-1821).
No Brasil, a ação de D. João, príncipe regente e
depois rei de Portugal, teve influência crucial na Independência. Das medidas
joaninas, merecem destaque a abertura dos portos às nações “amigas” (1808) e a
elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves (1815). Essas medidas
desagradaram os portugueses e contribuíram na motivação para a eclosão da
Revolução do Porto, acontecimento que acabou dando início a Independência.
Não obstante, longa permanência da Corte no Brasil
agravou a crise econômica portuguesa e acabou por facilitar o caminho da
independência do Brasil.
Ciente de que esse caminho era inevitável, D. João
VI, ao retornar a Portugal, instado que foi pela junta governativa instalada
pelos revolucionários portugueses, pediu ao filho Pedro de Alcântara, que ficou
no comando do Governo Geral do Brasil: “Pedro, se o Brasil vier a se separar de
Portugal, põe a coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro lance mão dela".
A luta pela independência não se de forma consensual
entre os seus partidários. Duas correntes se opuseram neste objetivo. De um
lado, aqueles que queriam a ruptura com Portugal e a implantação de uma
República. De outro, os que queriam romper com a metrópole, mas com a
permanência do regime monárquico, tendo D. Pedro como imperador. Essa foi uma
solução conservadora e conciliadora com os interesses da família real
portuguesa. Os Braganças continuariam governando Portugal e Brasil.
A corrente conservadora era integrada pela elite
brasileira e com segmentos portugueses aqui radicados: grandes proprietários de
terra, comerciantes, mineradores e altos funcionários do Estado e da Igreja,
que desejavam, e conseguiram, realizar a independência sem alteração de ordem
econômica e social (latifúndio, escravidão e estado centralizado).
A CONJUNTURA DA
INDEPENDÊNCIA
Nas vésperas do “Grito do Ipiranga”, cresceram
sobremodo as desavenças entre D. Pedro (príncipe regente) e as Cortes
Portuguesas. As Cortes procuravam minar o poder de D. Pedro aprovando na
Assembleia Constituinte portuguesa Medidas contrárias ao Brasil, a exemplo de restrição da autonomia administrativa
e de liberdade de comércio, e restabelecimento de monopólios e privilégios
portugueses, além de extinção do governo geral do Brasil e ordem para o
imediato regresso de D. Pedro
Em reação a essas medidas, D. Pedro
protagoniza, de janeiro a agosto de 1822, uma série de atos, tais como:
-
Declaração de que permaneceria no Brasil;
-
Decreto instituindo que a validade de qualquer lei portuguesa dependeria de sua
aprovação;
-
Convocação da Assembleia Constituinte;
-
Publicação de dois manifestos reafirmando a necessidade de independência;
-
Entrada para a maçonaria quando, em seu juramento, ratifica a determinação de
romper com Portugal;
-
Declaração de que as tropas portuguesas no Brasil são inimigas
Por fim, quando visitava a província de São Paulo,
em setembro de 1922, Dom Pedro recebe a comunicação com o ultimato dado por
Portugal para o seu imediato regresso, sob pena do Brasil ser invadido por
tropas portuguesas. Nestas circunstâncias, sem outra alternativa, D. Pedro
profere o famoso grito às margens do riacho Ipiranga. Esta cena seria
imortalizada, com traços de exagerada ufania, no quadro do pintor paraibano
Pedro Américo, 65 anos depois.
No entanto, ao contrário do que a história oficial
tentou afirmar, o grito não foi suficiente para convencer Portugal para a
aceitação da nossa emancipação política. Foi preciso encetar diversas lutas
para a consolidação da independência nacional, visto que algumas províncias não
aderiram ao movimento libertador, a exemplo da Bahia, Piauí, Maranhão e Pará".
[1]
Alcântara, Lúcio. Apresentação. In: Sociedade
e História do Brasil, v. 1, Instituto Teotônio Vilela. São Paulo.
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Os rotarianos Mairton e Carol entregam o Certificado de Honra ao Mérito ao Professor Carlos Rafael Dias. |
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