Conexões musicais: Quinteto Violado, a universalização do popular
Em 1971 surgiu em Pernambuco um grupo musical que traçava um novo caminho para a MPB. Diante da indecisão no cenário da música nacional, após a irrupção do movimento tropicalista, o Quinteto Violado apresentava uma proposta fundamentada nos elementos musicais da cultura regional, através de trabalhos de pesquisa e da própria vivência de cada um dos seus integrantes, originários da região Nordeste do Brasil.
Conseguindo extrair das mais simples manifestações populares a sua essência rítmica e melódica, o Grupo criou uma nova concepção musical, cujo traço fundamental é a interação entre o erudito e o popular, sem desfiguração, reafirmando a idéia de que toda arte é sempre a universalização do popular. Com excepcional criatividade e talento, o Quinteto Violado, em seu disco de estreia, talvez nem sequer imaginasse que, muito mais que uma nova roupagem orquestradora, estava produzindo a semente de uma mudança no modo de sentir e expressar a música brasileira.
O programa Cariri Encantado Sonoridades, em mais um especial temático, enfoca parte da extensa obra do Quinteto Violado – afinal já são 40 anos de trabalho registrados em livro, vídeo e mais de 47 discos lançados no Brasil e no exterior – com base em dois momentos marcantes de sua carreira: os discos “Quinteto Violado”, de 1973, e “Coisas que Lua canta”, de 1983. O repertório destaca versões bem construídas de músicas gravadas por Luiz Gonzaga, como Asa Branca (em duas versões definitivas), Acauã, Vozes da Seca, Boiadeiro e Juazeiro.
E como dizia José Nilton, quem viver, ouvirá!
Onde escutar
Rádio Educadora do Cariri AM 1020 e www.radioeducadoradocariri.com.