Diário do Nordeste
Jackson Bantim exibe um projetor antigo, que já compôs os equipamentos dos velhos cinemas do interior.
FOTO: ANTÔNIO VICELMO
Crato - Aberta ontem, neste Município, a I Mostra de Cinema e Vídeo, em comemoração aos 100 anos de implantação do primeiro cinema do interior do Ceará, o "Cinema Paraíso", que foi inaugurado no dia 3 de maio de 1911 pelo italiano Vittorio di Mayo. O evento é promovido pela Secretaria de Cultura do Município, em parceria com a Universidade Regional do Cariri (Urca), cineastas cratenses, e reúne mais de 30 trabalhos, dentre curtas e longas-metragens produzidos exclusivamente por cineastas do Crato ou que possuem ligações com a cidade.
A Mostra está sendo realizado no Teatro Municipal Salviano Saraiva. A entrada do Teatro foi decorada com dois projetores de filmes que pertenceram ao Cine Moderno, de propriedade do empresário Macário Monteiro, que será homenageado no evento. Na primeira noite, foi feita uma leitura dramática sobre "Os Primórdios do Cinema no Crato", entrega do Selo Cultural do Araripe - Troféu Vittorio di Maio; Avant-Premiére do tele-conto "O Cinematógrafo Herege", de Jefferson de Albuquerque Jr., ancorado num conto do médico José Flávio Vieira.
A partir de hoje serão apresentados os trabalhos de cineastas cratenses como "As Sete Almas Santas Vaqueiras", de Jackson Bantim; "Corisco e Dadá", de Rosemberg Cariry; "Sargento Getúlio," de Hermano Penna; que estarão lado a lado com o cinema produzido pela nova geração, como "Caldeirão do Beato Zé Lourenço", de Catulo Teles e Franciolli Luciano; "Também sou teu Povo," de Franklin Lacerda e Orlando Pereira, e "Cerca", do cineasta Glauco Vieira, além de vários outros.
O médico José Flávio Vieira espera que o evento contribua para revitalizar os velhos cinemas que foram desativados. Ele acrescenta que o próprio Teatro do Crato pode ser adaptado para as exibições de filmes.
O músico e fotógrafo Dihelson Mendonça recorda que, quando inauguração do primeiro cinema do Cariri, já circulavam pelas suas ruas alguns exibidores ambulantes, utilizando-se de um aparelho conhecido como Bioscópio e da Lanterna Mágica, com discos e placas de vidro com gravações de imagens. Esses equipamentos garantiam a atração no interior.
Antônio Vicelmo
Repórter