O nobre folclorista cratense Francisco Correia Lima “O Popular Correinha” louvava a nossa cidade do Crato, cantando música popular: “Venha conhecer as belezas do Crato”, tudo aqui é natural".
Era uma exaltação ao Crato da qual temos a impressão que esse folclorista foi uma das figuras mais nobres da arte popular cratense e que atentava às nossas autoridades lembrando que deveriam fazer obras “d’artes”, construindo monumentos como: Estátua aos Revolucionários de 1817; reativação das fontes luminosas; todas cobertas com obras “d’artes” a fim de atrair turistas quer culturais, quer populares, incentivando a construção de pousada e gozando do panorama maravilhoso que há nas faldas desse imenso chapadão do Araripe.
Era uma exaltação louvável a terra comum o que poderia mostrar a arte primitiva que perdura no seio do povo até os nossos dias.
Correinha era um cratense autêntico, filho adotivo do Crato, natural de Farias Brito, amava o Crato mais que os próprios filhos da terra, vibrava entusiasticamente pelas suas belezas naturais, decifrava muito bem os seus encantos; ninguém mais do que ele expressava com melodias e vibrava através da música com magia de homem simples, louvando a cidade com várias expressões sonoras, muito prudentes, almejava com espírito sóbrio, dizendo que o cratense fosse estimulado a querer bem a esta cidade, livrando-nos das canseiras diárias com as músicas populares nordestinas.
Conhecemos Correinha em 1958, trabalhando em comícios eleitorais onde fazia poesias jacosas, e decifrava em comícios favorecendo a certo candidato que terminava em uma exaltação popular.
Depois conseguiu um emprego na polícia, exercendo com eficiência e dignidade a sua função. Era reto, circunspecto, granjeava simpatia e era amigo dos amigos em todas as camadas populares.
Tempos atrás, conseguiu um outro emprego no SESI, no setor de lazer, como professor de artes folclóricas. Apreciávamos assistir e louvar a sua arte folclórica. O seu objetivo era divulgar o folclore regional. Era um autodidata, poeta repentista, estudioso e destemido, pois sempre foi um baluarte da esfera folclorista regional.
Cansado de tanta opressão, motivada pela falácia de alguns companheiros, pediu afastamento do seu emprego, deixando uma lacuna irreparável na arte popular do SESI.
Correinha era um homem de larga visão, não aceitava falcatrua, espelhava-se no caminho da honestidade e conduziu com distinção e louvor as suas atividades folclóricas. Era um esteio exemplar da juventude e dedicado ao trabalho.
Crato, 16/01/2010
P.S.: Dedicamos esta crônica ao cratense da Ponta da Serra, o historiador Antonio Correia, homem sério, educado, culto e muito dedicado à sua área! Desejamos muita sorte seu Antonio, vibramos com o seu otimismo, mas fique com o Crato.
Autor: Pedro Esmeraldo