A reunião do Rotary Club de Crato, foi dedicada as mães. Entre as homenagens, Mundinha Braga leu belíssima mensagem com o título "carta para uma mãe" cujo texto se encontra transcrita abaixo.
Carta para uma Mãe
Fortaleza, dia das mães, 2013.
Querida mamãe, saudade! Após um mês aqui, não
posso deixar de lhe dizer que nunca senti tão de perto a sua presença na minha
vida. Engraçado! Parece que a distância é como um grande mestre que com
simplicidade e clareza vai nos revelando o que é essencial na vida: o amor.
Fique tranquila! Está tudo em paz
comigo. Às vezes bate uma saudade, um desejo gigante de tê-la aqui pra
compartilhar as novidades, os sentimentos, as dúvidas. Saudades do teu colo e
daquela segurança sem fim.
Mas a distancia me ensinou que o que
nos faz sentir verdadeiramente próximas não é tanto a convivência diária, mas
um profundo e sincero compromisso. Sabe aquela sensação de que embora a pessoa
não esteja ali, você tem absoluta certeza de que pode contar com ela, a
qualquer instante, em que qualquer circunstância? Aquela certeza de não estar
só no mundo? Pois é! Sinto que esse vínculo é tão forte que mesmo a distância é
capaz de curar, confortar, animar. É assim mãe que me sinto com relação a você.
Sei que nesse momento preciso dessa
experiência, desse tempo meu, preciso me aventurar, me conhecer, ser. Mas sinto
profundamente a sua companhia em cada um dos passos que dou por aqui.
Às vezes eu fico pensando sobre quando
eu for pai, e você, avó. Quando penso em tantos sacrifícios, renúncias,
angústias; confesso que nem sei se eu seria capaz de tanto amor. Um dia desses,
assisti a um debate na televisão sobre a maternidade e me surpreendi com
algumas mães falando da culpa que sentiam por não terem feito mais, trabalhado
menos, evitado essa ou aquela dor na vida dos seus filhos. Em seguida veio o
depoimento dos filhos. Eles se declaravam emocionados e agradeciam por tudo que
receberam de seus pais. Concluí que aquelas mães se culpavam por uma
impossibilidade, pois faziam a elas mesmas uma cobrança injusta e cruel: serem
perfeitas! E quanto aos filhos, eles não estavam nem aí para terem mães
perfeitas ou não, até porque a alternativa da perfeição seria impossível. O que
fez a diferença pra eles não foi a ausência de erros, mas a presença do amor.
Simples assim.
Então eu saquei que filho tem um sensor
inconsciente de amor, mesmo quando se sente injustiçada, se rebela, se revolta
quando seus pais cometem erros ou acertos. Não importa! Se há amor, é isso que
fica registrado. Por isso, não se sinta culpada. Então, hoje eu quero lhe
agradecer por não ser perfeita. Aliás, isso seria muito chato. Quero lhe
agradecer porque a sua imperfeição que é natural e humana me permite hoje,
também, aceitar e acolher as minhas próprias imperfeições, enquanto eu não
posso transformá-las. Afinal, foi assim que você me amou. Acolhendo até as
minhas imperfeições. E esse sim, é um ensinamento pra toda vida.
Hoje, é o dia das mães, e eu queria que
você sentisse o quanto eu ser amado e acolhido fez toda a diferença na minha
vida. Queria que aí onde você, sentisse toda a minha gratidão, o meu
recolhimento e o meu amor profundo. Queria que soubesse que se posso estar aqui
hoje, aprendendo, construindo, isso se deu porque cresci vendo no seu olhar uma
imensa confiança na minha capacidade de ser feliz e de amar.
Senhoras da Casa da Amizade do Crato - A partir da esquerda: Mundinha Braga, Marieta Felix, Marta Régia (Presidente da Casa da Amizade), Rosilda Bezerra; e Lisiene Albuquerque. |
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