sexta-feira, 17 de maio de 2013

Carta para uma Mãe


A reunião do Rotary Club de Crato, foi dedicada as mães. Entre as homenagens, Mundinha Braga leu belíssima mensagem com o título "carta para uma mãe" cujo texto se encontra transcrita abaixo.    

Carta para uma Mãe


Fortaleza, dia das mães, 2013.

Querida mamãe, saudade! Após um mês aqui, não posso deixar de lhe dizer que nunca senti tão de perto a sua presença na minha vida. Engraçado! Parece que a distância é como um grande mestre que com simplicidade e clareza vai nos revelando o que é essencial na vida: o amor.

Fique tranquila! Está tudo em paz comigo. Às vezes bate uma saudade, um desejo gigante de tê-la aqui pra compartilhar as novidades, os sentimentos, as dúvidas. Saudades do teu colo e daquela segurança sem fim.

Mas a distancia me ensinou que o que nos faz sentir verdadeiramente próximas não é tanto a convivência diária, mas um profundo e sincero compromisso. Sabe aquela sensação de que embora a pessoa não esteja ali, você tem absoluta certeza de que pode contar com ela, a qualquer instante, em que qualquer circunstância? Aquela certeza de não estar só no mundo? Pois é! Sinto que esse vínculo é tão forte que mesmo a distância é capaz de curar, confortar, animar. É assim mãe que me sinto com relação a você.

Sei que nesse momento preciso dessa experiência, desse tempo meu, preciso me aventurar, me conhecer, ser. Mas sinto profundamente a sua companhia em cada um dos passos que dou por aqui.

Às vezes eu fico pensando sobre quando eu for pai, e você, avó. Quando penso em tantos sacrifícios, renúncias, angústias; confesso que nem sei se eu seria capaz de tanto amor. Um dia desses, assisti a um debate na televisão sobre a maternidade e me surpreendi com algumas mães falando da culpa que sentiam por não terem feito mais, trabalhado menos, evitado essa ou aquela dor na vida dos seus filhos. Em seguida veio o depoimento dos filhos. Eles se declaravam emocionados e agradeciam por tudo que receberam de seus pais. Concluí que aquelas mães se culpavam por uma impossibilidade, pois faziam a elas mesmas uma cobrança injusta e cruel: serem perfeitas! E quanto aos filhos, eles não estavam nem aí para terem mães perfeitas ou não, até porque a alternativa da perfeição seria impossível. O que fez a diferença pra eles não foi a ausência de erros, mas a presença do amor. Simples assim.

Então eu saquei que filho tem um sensor inconsciente de amor, mesmo quando se sente injustiçada, se rebela, se revolta quando seus pais cometem erros ou acertos. Não importa! Se há amor, é isso que fica registrado. Por isso, não se sinta culpada. Então, hoje eu quero lhe agradecer por não ser perfeita. Aliás, isso seria muito chato. Quero lhe agradecer porque a sua imperfeição que é natural e humana me permite hoje, também, aceitar e acolher as minhas próprias imperfeições, enquanto eu não posso transformá-las. Afinal, foi assim que você me amou. Acolhendo até as minhas imperfeições. E esse sim, é um ensinamento pra toda vida.

Hoje, é o dia das mães, e eu queria que você sentisse o quanto eu ser amado e acolhido fez toda a diferença na minha vida. Queria que aí onde você, sentisse toda a minha gratidão, o meu recolhimento e o meu amor profundo. Queria que soubesse que se posso estar aqui hoje, aprendendo, construindo, isso se deu porque cresci vendo no seu olhar uma imensa confiança na minha capacidade de ser feliz e de amar.

Encerro com as suas palavras, mãe: que Deus a abençoe, a guie e a aguarde! Feliz dia das mães!


Senhoras da Casa da Amizade do Crato - A partir da esquerda:  Mundinha Braga, Marieta Felix, Marta Régia (Presidente da Casa da Amizade), Rosilda Bezerra; e Lisiene Albuquerque.
Clique no link abaixo para visualizar o álbum de fotos:

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